quinta-feira, 26 de abril de 2018

Síndrome de Hellp

A Síndrome de Hellp é uma complicação obstétrica grave, pouco conhecida e de difícil diagnóstico, que pode causar a morte da mãe e também do bebê. É chamada de síndrome porque envolve um conjunto de sinais e sintomas, e hellp, em razão da abreviação dos termos em inglês que querem dizer: H: hemólise (fragmentação das células do sangue); EL: elevação das enzimas hepáticas, e LP: baixa contagem de plaquetas. É importante lembrar que as plaquetas são células que auxiliam na coagulação sanguínea, e por isso um dos sintomas dessa síndrome é a hemorragia.

Embora ocorra isoladamente, a Síndrome de Hellp geralmente aparece como sendo uma complicação da pré-eclâmpsia, que é a hipertensão gerada pela gravidez. Especialistas calculam que cerca de 8% das mulheres que sofrem de pré-eclâmpsia, desenvolvem a Síndrome de Hellp. Quando uma gestante com pré-eclâmpsia apresenta alterações laboratoriais e exames clínicos compatíveis com hemólise, alteração das enzimas hepáticas e queda na contagem das plaquetas, ela está com Síndrome de Hellp.

Os sinais e sintomas da Síndrome de Hellp podem ser facilmente confundidos com os da pré-eclâmpsia grave, que são dor na parte alta ou central do abdome, cefaleia, náuseas, vômitos e mal estar generalizado. Quanto não é feita uma correta avaliação laboratorial, esses sintomas podem passar despercebidos, sendo feito o diagnóstico apenas quando a Síndrome de Hellp se agrava, provocando edema agudo dos pulmões, insuficiência renal, falência cardíaca, hemorragias e ruptura do fígado, podendo ocasionar a morte materna.

Mulheres que sofrem de doenças crônicas do coração e rim, e pacientes com lúpus e diabetes têm mais predisposição para desenvolver a síndrome. Infelizmente não existem meios de evitá-la, sendo que somente as mulheres que já desenvolveram essa síndrome, ao engravidarem novamente, poderão se prevenir para diminuir o risco.

O único tratamento capaz de frear os efeitos da Síndrome de Hellp é o término da gestação, que pode ser feito através de uma cesariana ou indução do parto. Caso a gestante apresente um quadro estável, o médico pode optar por ministrar medicamentos para induzir o amadurecimento pulmonar fetal, reduzindo as complicações neonatais e o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva.

Como já dissemos, não há prevenção para essa doença, mas o diagnóstico precoce aumentam as chances de que mãe e bebê sobrevivam.

 

Entendendo a Sepse

Entendendo a Sepse

Chamada como septcemia ou sepsis
É um conjunto de manifestações graves causada por infecção disseminada, conhecida também como infecção generalizada, representa a principal causa de morte em clientes na Unidade de Terapia Intensiva – UTI.

As bactérias gram-negativas constituem os patógenos mais comuns, já as bactérias gram-positivas, vírus e fungos podem causar o choque séptico: uma intensa resposta inflamatória por todo organismo.

No entanto, criar um processo inflamatório é uma forma de defesa do organismo, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, mas provoca em todo organismo um resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção, comprometendo assim alguns órgãos vitais.
DADOS
A sepse representa 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil
Principal causa de morte em UTI
Uma das principais causas de mortalidade tardia, superando o infarto do miocárdio e câncer.
Representa 65% das taxas de mortalidade no Brasil.
Geradora de custos no setor público e privado.
FATORES DE RISCO
Procedimentos invasivos e dispositivos de demora.
Microorganismos resistentes a antibióticos.
População idosa (sistema nervoso envelhecido).
Desnutrição e imunossupressão.
Doença crônica.
Múltiplas cirurgias.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
É um processo evolutivo, sendo que os sinais e sintomas são claramente definíveis e observáveis.

Estágios iniciais:
Pressão arterial dentro dos limites.
Aumento da frequência Cardíaca e Respiratória (>20 irpm).
Débito cardíaco aumentado
Hipertermia (febre)
Alterações do estado mental
No hemograma: leucócitos > 12000 ou abaixo de 4000 cel/mm3 e alteração da proteína C reativa.
Com agravamento:
Hipotensão
Débito cardíaco baixo
Piora da função dos rins
Pele fria e pálida
Frequência cardíaca e respiratória rápidas
Anúria
TRATAMENTO
Antibióticos e fluidos intravenosos
Cuidados médicos: ventilação mecânica, hidratação, líquidos intravenosos
Medicamentos: Bloqueadores neuromusculares e agentes sedativos reduzem a demanda metabólica, vasoconstritores, antibióticos de amplo espectro: inicialmente na primeira hora de tratamento, vasopressores e inotrópicos para a melhoria da perfusão tissular, e outros.
Dispositivos: cateter venoso central
Especialidades: intensiva, pediatria, clínica e emergência (Leia esta matéria sobre Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário, ANVISA)
MANEJO DE ENFERMAGEM (Brunner & Suddarth)
Identificar clientes que correm risco de sepse e choque séptico.
Realizar todos os procedimentos invasivos com técnica asséptica correta após cuidadosa higiene das mãos
Monitorar os acessos venosos, os locais de punção arterial e venosa, as incisões cirúrgicas, as feridas traumáticas, os cateteres urinários e as úlceras de pressão, à procura de sinais de infecção
Implantar intervenções para evitar a pneumonia associada ao respirador e úlceras de pressão
Controlar a temperatura do cliente (temperatura > 38° ou < 36°C), conforme prescrição, monitorar rigorosamente o cliente para tremores.
Administrar os líquidos IV e medicamentos prescritos
Monitorar e relatar os níveis sanguíneos (níveis máximos e mínimos de antibióticos, níveis de procalcitonina, proteína C reativa, ureia e creatinina; contagem de leucócitos; níveis de hemoglobina e hematócrito; contagem de plaquetas; coagulograma)
Monitorar o estado hemodinâmico, o equilíbrio hídrico e o estado nutricional
Controlar diariamente o peso e os níveis séricos de albumina e pré-albumina, para determinar as necessidades diárias de proteínas.